Temos uma falsa impressão que os acidentes com eletricidade, em sua maioria, ocorrem no setor industrial, devido ao grande porte de suas instalações elétricas, porém em 2018, no Brasil, o número de mortes por choque elétrico em residências familiares liderou mais uma vez este ranking.
Esta falsa impressão, entre outros vários motivos, resultam no descuido das instalações elétricas em nossas residências, tanto quanto à manutenção quanto em ampliações, instalações de novos equipamentos elétricos.
Desde 2013, a Associação Brasileira de Conscientização para os Perigos da Eletricidade (Abracopel) contribui com um importante trabalho que visa a redução destes índices preocupantes relacionados à utilização da Energia Elétrica no Brasil.
Conforme comentário da própria Abracopel:
“De acordo com os dados, os ambientes residenciais (somatória de unifamiliar+multifamiliar+sítios e fazendas) registram 209 mortes superando os acidentes que envolvem as redes aéreas de distribuição (172). Ainda em 2017, o “Raio X das Instalações Elétricas”, publicado pela Abracopel em conjunto com o Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre) alertava para a condição preocupante de apenas 29% das residências brasileiras possuírem projeto elétrico, pouco mais de 50% das moradias contarem com condutor de proteção (fio terra) instalado e apenas 27% dessas edificações terem DR, um dispositivo de proteção que interrompe a fuga de corrente e reduz o risco de choque elétrico. À época, o estudo apontou também que 60% das moradias com idade média de 20 anos de construção nunca haviam passado por reforma e apenas 35% dos imóveis adotavam o padrão de tomada de três polos, vigente no Brasil. O estudo completo pode ser revisitado no endereço: http://programacasasegura. org/blog/2017/05/04/raio-x-das-instalacoes-eletricas-residenciaisbrasileiras.”
O Brasil possui uma boa normatização e técnicas seguras para projeto, análise e prevenção de riscos relacionados à energia elétrica mas, mesmo assim, os números de acidentes registrados vão em contramão à este fato. Por quê?!
Vamos observar o gráfico abaixo:
Uma rápida análise deste gráfico nos permite concluir que os principais acidentados são aqueles que não possuem formação na área de eletricidade.
Basta observamos o número de acidentes fatais com “Eletricista Profissional Empresa” com o “Eletricista ou Técnico Autônomo”. Enquanto o primeiro normalmente possui formação, procedimentos, reciclagem periódica de conhecimento o outro muitas vezes atua na área de eletricidade por simplesmente “não ter medo de tomar choque”. Infelizmente, esta é uma triste realidade.
Quanto à região, o nordeste está à frente num ranking que não proporciona orgulho algum:
Os dados apresentados acima (bem resumidos, obviamente) nos levam a uma conclusão bastante consolidada: O conhecimento em instalações elétricas e sua aplicação é o que realmente fará com que estes tristes índices sejam reduzidos.
Vale também o comentário:
Os contratantes/gestores (Clientes) também possuem seu grau de responsabilidade na escolha dos profissionais para seus serviços, bem como pelo zelo/manutenção de suas instalações elétricas, afinal nunca é tarde para tomar uma iniciativa e ficar de fora destas estatísticas.
Aliás, há vários processos judiciais que corroboram isto e abordaremos em outras publicações.
www.skylabengenharia.com.br
Projetos, Laudos, Instalações e Manutenção em Sistemas Elétricos
Fontes: